Pais de primeira viagem têm muitas dúvidas com relação ao desenvolvimento do bebê ainda no útero da mãe. Mas o que não é muito explorado pelos futuros pais são as lesões congênitas ortopédicas que seu filho pode vir a desenvolver ainda dentro do útero.
Especialistas afirmam que algumas deformidades podem surgir na quarta semana de gestação. As principais lesões congênitas dentro da ortopedia são: pé torto congênito, luxação congênita de quadril, escoliose, torcicolo, coxa valga, joelho valgo, pés planos e pés cavos.
Segundo Giovanni Benedet Camisão, médico ortopedista infantil da clinica Ortoimagem de Tubarão à medida que o bebê vai desenvolvendo, podem surgir os problemas, seja por alterações posicionais, vasculares e ou neurológicas; uma gestação gemelar; perda de líquido amniótico nas fases finais da gravidez, reduzindo o tamanho do útero e dificultando o pleno desenvolvimento.
O diagnóstico do pé torto congênito pode ser feito através de ultrassonografia que a mãe faz ao longo da gestação, em especial depois do segundo trimestre.
O tratamento deve ser realizado já nos primeiros dias de vida do bebê. Durante as visitas ao consultório os pezinhos deverão ser massageados e alongados pelo ortopedista e depois engessados, permanecendo assim por uma semana e repetir conforme necessário. Em menos de três meses os casos são concluídos.
Já a luxação congênita de quadril ou displasia congênita é uma condição onde há uma alteração no desenvolvimento do quadril do recém-nascido que prejudica a estabilidade desta articulação. Segundo o Ortopedista Infantil é uma patologia de difícil tratamento, formada já em intra-útero.
Depois de nascer, à doença é diagnosticada através de exame físico, ultrassonografia e radiografia.
Este tipo de lesão está mais presente em meninas e em crianças que estiveram em posição sentada por muito tempo no útero.
O tratamento é iniciado com uso de suspensório de pavlik, gesso e se necessário cirurgia.
A escoliose congênita, também considerada uma lesão grave, é um desvio da coluna vertebral para a esquerda ou direita, resultando em um formato de “S” ou “C”. Atinge meninos e meninas e pode ser diagnosticada através de exame físico e radiológico.
Dr. Giovanni explica que se trata de uma deformidade com tratamento longo. Inicialmente, são realizas visitas freqüentes ao consultório para observar o seu desenvolvimento, podendo no futuro fazer freqüentes cirurgias.
Para o torcicolo congênito, o diagnóstico é clinico pela detenção de uma leve massa palpável no músculo esternocleidomastoideo. Essa massa normalmente desaparece nos primeiros três meses de vida.
O ortopedista diz que apenas a fisioterapia e estímulo simples, como mudarem a posição do berço, resolvem 90% dos casos quando iniciado até dois anos de vida. Para crianças depois dessa idade, indica-se tratamento cirúrgico, isso se ela apresentar restrição da mobilidade do pescoço maior que 30 graus ou quando já possui assimetria facial. “A cirurgia consiste no alongamento do músculo esternocleidomastoideo”, diz.
A lesão dos joelhos genovaro e valgo o ortopedista explica que é uma deformidade que pode ter sintoma de dor.
“As variações que a lesão apresenta na verdade são fases do desenvolvimento e alinhamento dos joelhos infantis, que iniciam como varo (afastamento dos joelhos) passando por valgo em torno dos 3 a 4 anos, a partir desta idade com alinhamento em neutro em torno dos 7 anos, pequenas variações de valgo e varo são aceitas como normais, tratamentos nas deformidades mais importantes podem ser de cunho cirúrgico”,diz Giovanni.
Pé Plano e pé cavo são lesões contrárias, sendo que a primeira se divide em pés sintomáticos (dor, calosidade, dificuldade de andar) e assintomáticos (a maioria esmagadora), flexíveis e rígidos. O diagnóstico para o pé plano é evidente ao exame físico, com a ausência do arco medial plantar. Por se tratar de uma lesão esteticamente estranha e funcionalmente normal, na maioria dos casos não nada a fazer. Palmilhas e cirurgias são tratamentos alternativos e tem indicações precisas.
Para o pé cavo existe uma elevação acentuada de o arco medial plantar, pode ter origem natural (variação normal do pé), ou neurológica, onde se pede mais atenção, pois pode esconder patologias neurológicas complexas e importantes. O tratamento indica-se conservador, com uso de palmilhas, observação e até mesmo cirúrgico.
Para concluir o especialista explica sobre a lesão congênita coxa valga e vara que são deformidades do colo fermural.
O tratamento consiste em observação através de visitas ao consultório do médico ortopedista e em alguns casos se faz necessária a intervenção cirúrgica.
O diagnóstico é realizado através de exame físico e radiografias.
Segundo Giovanni as deformidades de modo geral podem aparecer ao longo da gravidez. É importante lembrar que não se faz nada durante a gestação, mas a partir do momento em que o bebê nasce à doença poderá ser tratada, na maioria dos casos com a correção total da lesão.