Você já sofreu de dores nas costas? Saiba que não está sozinho. Este é o principal sintoma doloroso que leva pessoas aos consultórios de ortopedistas. Em sua grande maioria, são facilmente tratadas com medicações e terapias de reabilitação física, como RPG, osteopatia, pilates e outras afins. Mas em determinados casos é necessário tratamento por intervenção cirúrgica, causando em leigos algumas dúvidas sobre os benefícios e possíveis efeitos colaterais e consequentemente, adiamentos que podem agravar o quadro.
O ortopedista e traumatologista especialista em coluna vertebral, Dr. Phelipe de Souza Menegaz fala sobre os mitos e verdades de cirurgia da coluna vertebral.
Alterações estruturais de imagem, por si só, já indicam a necessidade de procedimento cirúrgico. Mito ou verdade?
R: É Mito. O que devemos levar em consideração quando indicamos uma cirurgia da coluna são os sintomas clínicos. Muitos pacientes assintomáticos quando submetidos a uma ressonância magnética de coluna apresentam hérnias ou alterações discais que poderiam estar sujeitas a interpretações errôneas e indicações indevidas de cirurgia se não submetidas a um meticuloso exame físico.
Pessoas com mais idade são mais propensas a desenvolver as alterações na coluna vertebral. Mito ou verdade?
R: É verdade. As alterações na coluna acometem sim pessoas com mais idade sendo que alterações degenerativas discais estarão presentes em 100% dos indivíduos maiores de 70 anos de ambos os sexos. Algumas patologias como hérnia de disco lombar são mais frequentes nas mulheres e em faixa etária entre 30 e 40 anos.
Toda cirurgia de coluna exige grandes cortes. Mito ou verdade?
R: É mito. O desenvolvimento da técnica cirúrgica e do instrumental cirúrgico tem possibilitado que se realizem cirurgias da coluna com pequenas incisões e com menor agressão aos tecidos da coluna chamada atualmente de cirurgias minimamente invasivas. Evidentemente patologias como escoliose onde é necessária abordagem de múltiplos segmentos da coluna necessitam incisões maiores.
O processo pós-operatório é tão importante quanto o procedimento cirúrgico, para o resultado do tratamento. Mito ou verdade?
R: . É verdade. O processo de recuperação é tão importante quanto o procedimento cirúrgico e vai repercutir nos resultados. A recuperação depende do tipo da extensão da cirurgia e da doença. O pós-operatório requer atenção e deve ser levado a sério em todos os casos.
Cirurgia de coluna requer longo período de recuperação. Mito ou verdade?
R. É mito. O desenvolvimento das técnicas minimamente invasivas e também das técnicas de fixação da coluna com parafusos tem levado a uma redução do dano tecidual, o que diminui a dor pós-operatória e permite uma mobilização mais precoce. Na maioria dos procedimentos os pacientes podem sair do leito no dia seguinte ao ato cirúrgico e realizar qualquer atividade do dia-a-dia habitual como: caminhar e higiene pessoal, devendo evitar apenas movimentos que estejam lhes causando maior dor, desconforto ou movimentos extremos, como flexão exagerada do troco. O retorno aos exercícios físicos vai depender do procedimento ao qual o paciente foi submetido, podendo variar de três meses a seis meses até um ano nos casos de correções de deformidades que exigem um maior período afastado de atividades físicas.
Depois de operada, a pessoa não terá mais autonomia de antes. Mito ou verdade?
R: mito. A autonomia depende muito da doença que provocou a necessidade de cirurgia. Algumas cirurgias como a cirurgia de hérnia de disco, as artrodeses de coluna, os pacientes costumam voltar às suas atividades diárias e laborais. Existem casos em que a própria doença já causou uma disautonomia. Assim cada caso deve ser avaliado individualmente.
Algumas dicas de prevenção.
R: Exercite-se regularmente para melhorar a saúde e reduzir as chances de dor nas costas. Quando for levantar algum peso, aproxime-se ao máximo dele antes de pegá-lo. Não curve a coluna ao abaixar. Use os joelhos, que devem ser flexionados até a altura desejada. Se precisar levantar ou mover algo mais pesado, faça isto com segurança. Encontre um parceiro para ajudar na carga. Verifique e altere a sua postura frequentemente ao usar seu laptop, smartphone ou tablete.